Meio ambiente e a saúde do jornalista
texto e foto: Andréa Margon
A cultura pode salvar vidas e evitar transtornos físicos e psíquicos. Pois é, até parece “papo” de gente meio doida, mas não é. É comum não se prestar a atenção para os perigos e os riscos do cotidiano. No espaço laboral a questão da Saúde e Segurança são conceitos recentes e que, ainda, não se tornaram cultura.
A questão cultura para a prevenção de enfermidades do trabalho foi tratada durante a palestra Avaliação Qualitativa de Riscos Ambientais, realizada pela Fundacentro ES, recentemente, proferida por Antonio Carlos Garcia.
No seio jornalístico o problema é grave. Jornalistas são lançados às ruas e expostos a inúmeros perigos e riscos, enquanto trabalham. Aqueles que atuam em redações não estão “salvos”. O meio ambiente fala, mas o idioma não é conhecido por todos.
Diversas doenças físicas têm suas origens no estresse causado pelo meio ambiente. Para constatar se o espaço é saudável é necessário realizar uma Avaliação de Risco, que envolve três pontos: a) risco de acidente; b) risco ambiental: físicos químicos e biológicos; e c) riscos ergonômicos: fisiológico e psíquico.
Em se tratando da profissão de jornalista os riscos físicos carecem de atenção. Ruídos, vibrações, pressões anormais, temperatura extrema etc., são agentes fomentadores de doenças do trabalho. E, nos dias atuais, a questão da violência urbana é gravíssima.
Os riscos biológicos – vírus e bactérias –, encontrados em todos os lugares, podem estar nas redações e nos locais de trabalho externo. Cabe às chefias e ao próprio jornalista avaliar, usando o bom senso. A higiene dos instrumentos de trabalho é importante para evitar a propagação destes riscos. Manter a carteira vacinal em dia é outra necessidade para a saúde do trabalhador.
Os reconhecimentos dos riscos ambientais passam por alguns fatores: 1º) identificar o risco e seu agente; 2º) localizar e determinar os vetores; 3º) identificar a trajetória e os meios de propagação; e 4º) identificar funções e números de trabalhadores expostos.
Os riscos ambientais, também, têm suas graduações. Trivial, tolerável e moderado são responsáveis por 50% da escala; e substancial e intolerável ficam com os percentuais restantes. Técnicos na área de Saúde e Segurança do Trabalho apontam que se deve inibir que se chegue aos dois últimos graus.
E voltando a falar sobre cultura, lembremo-nos que jornalista não é super-herói. Jornalista adoece e, dependendo da exposição à agentes nocivos, há sequela. A aproximação com os membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), instituída pela Norma Reguladora 05 (NR 05), Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978 e atualizada pela Portaria SIT nº 247, de 12 de julho de 2011, ajuda à detectar os problemas e suas origens para, conseguinte, buscar solução.
Muitas doenças mentais têm origem nas doenças físicas, provocadas por agentes externos. Desta forma, ficar em alerta é uma profilaxia.
O Sindijornalistas ES, através da diretora Andréa Margon, deu início em agosto, ao estudo sobre Saúde e Segurança do Jornalista. Trabalho pioneiro e de grande importância para a categoria. O Sindijornalistas ES está disponível para colaborações e contribuições sobre o tema.
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