Falece Jô Amado, um dos fundadores do Sindijornalistas/ES
Um dos ícones do jornalismo capixaba, José Felipe São Mamede Amado, mais conhecido como Jô Amado, faleceu aos 82 anos, após complicações de um AVC em São Paulo na última segunda-feira, 1 de abril.
Jô Amado foi uma potente voz atuante contra a ditadura militar.
Em sua dissertação de mestrado, o jornalista Fernando Brumana regista que ” no início da década de 1970, os chamados “anos de chumbo” do mandato de Emílio Garrastazu Médici, o jornalista Jô Amado exercia sua profissão como muitos outros, trabalhava regularmente em O Globo, onde produzia as reportagens que lhe eram encaminhadas pela equipe de pauta do jornal, e contribuía com o Opinião, no qual se noticiava aquilo que os seus empregadores regulares não ousavam publicar, ou seja, aquilo que não tinha espaço nos jornais tradicionais. Mesmo comum, a dupla jornada na imprensa era um risco”.
No Espírito Santo, Jô foi um dos fundadores do jornal Posição, onde manteve a linha editorial crítica aos militares.
Também foi um dos fundadores do Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo. “Comecei minha militância sindical junto com velhos companheiros do jornalismo como Jô Amado, dentre muitos e muitas jornalistas que participavam intensamente da construção e consolidação do Sindicato e das lutas da categoria” lembra Suzana Tatagiba, coordenadora geral do Sindijornalistas/ES.
Jô Amado atuou também em assessoria de imprensa, sendo um de seus últimos trabalhos na Secretaria de Comunicação do governo Max Filho em Vila Velha.
O corpo de Jô será cremado no cemitério de Vila Alpina, em São Paulo, às 13h desta sexta, cinco de abril.
Em nome de seus companheiros e companheiras do jornalismo e da militância sindical, os sinceros sentimentos do Sindijornalistas/ES aos amigos e familiares.
Jornalistas Gilberto Medeiros e Jô Amado e historiador Eliomar Mazoco, no Bar do Said, em abril de 2022.
Foto: Gilberto Medeiros