Após 7 dias de paralisação jornalistas do Grupo RBA garantem aumento de 30%
Os jornalistas do Dário do Pará e do portal DOL encerraram no dia 27 de setembro, a greve iniciada dia 20. Conquistaram a elevação do piso salarial em 30% a partir de outubro, estabilidade no emprego de 45 dias e a compensação dos dias parados. Além disso, o piso salarial evoluirá para R$ 1.500 a partir de abril.
“Saímos vitoriosos desta luta. Mostramos para o Brasil que só com a união e a força da categoria conseguiremos assegurar nossos direitos. Há vinte e seis anos não se via uma manifestação desta magnitude. Os jornalistas paraenses mostraram seu verdadeiro valor”, comemorou a presidente do Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA), Sheila Faro, após a assinatura do acordo coletivo com o Grupo RBA.
O acordo entre o Sinjor-PA e o Grupo Rede Brasil Amazônia de Comunicação (RBA), de propriedade da família do senador Jáder Barbalho e afiliado à Band, assegurou a instituição do piso salarial para os jornalistas do Diário do Pará, Portal Diário Online e TV RBA, que passa dos atuais R$ 1.000 para R$ 1.300, a partir do dia 1º de outubro. O valor representa o aumento de 30%, um dos maiores reajustes salariais de todo o país. Em abril de 2014, este mesmo piso será elevado para R$ 1.500.
Também ficou acertada a reposição integral da inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, no período de 2012/2013, para quem não ganha o piso; a garantia de estabilidade de 45 dias no emprego para os trabalhadores, o pagamento dos dias parados e a compensação em até três meses dos dias em que os funcionários estiveram em greve.
Para Sheila Faro, o acordo representa um avanço na história do jornalismo paraense, pois o Sindicato sai fortalecido e se destaca como legítimo representante da categoria. “Este acordo foi um divisor de águas que ficará marcado para sempre no cenário local e nacional”, disse.
De acordo com a presidente, tudo começou com a campanha “Jornalista Vale Mais”, que levou os jornalistas paraenses para a rua. “Esse movimento aliado à coragem dos trabalhadores do grupo RBA, mostrou pra sociedade todos os problemas enfrentados pela categoria dentro das redações. Os jornalistas estão de parabéns.”, destacou. Sheila considera que a greve no Grupo RBA servirá de parâmetro para as futuras negociações dos jornalistas que trabalham em outros veículos de comunicação.
Para o diretor de relações institucionais da FENAJ, José Carlos Torves, que esteve em Belém no dia 26 levando o apoio da Federação aos jornalistas, o movimento dos profissionais do Diário do Pará e DOL foi amplamente vitorioso e é uma referência para a categoria em outros estados. “Infelizmente a precarização das condições de trabalho e baixos salários dos jornalistas é uma realidade nacional”, diz.
Neste momento há negociações das campanhas salariais em vários estados e a intransigência patronal, segundo Torves, é o principal empecilho à valorização do trabalho dos jornalistas. “Os patrões insistem em arrochar salários e cometer irregularidades trabalhistas. Ao que tudo indica só entendem uma linguagem, a das mobilizações”, conclui.