Agressões contra profissionais não colaboram com a luta pela democratização da comunicação
A Federação Nacional dos Jornalistas repudia as agressões sofridas por jornalistas, sobretudo durante o exercício profissional, a exemplo do que ocorreu recentemente com a jornalista da TV Globo Bette Lucchese durante a cobertura de um protesto em Copacabana, no Rio de Janeiro. Imagens de um vídeo que se popularizou na internet mostram Lucchese e sua equipe sendo agredidos verbalmente por um casal que passava na rua no momento em que tentavam gravar uma passagem para uma matéria. A crítica aos veículos de comunicação não deve ser argumento para impedir o trabalho dos profissionais.
A FENAJ lamenta o fato de que agressões semelhantes estejam se reproduzindo cotidianamente e se tornando um risco para o desempenho profissional dos jornalistas brasileiros de diferentes meios de comunicação. Respeitando o direito de todos à opinião e o princípio da liberdade de expressão, a direção da Federação acredita que o comportamento adotado contra a repórter, além de obviamente agressivo e covarde, não vai redundar em qualquer avanço na luta pela democratização das comunicações no país.
A cobrança de garantias de segurança para o desempenho profissional junto ao poder público e às empresas é neste momento uma parte central da política da FENAJ. Isso pode ser constatado através do diálogo que a entidade mantém com o poder executivo em vários níveis como em reunião com o Governo do Estado do Rio no final do último mês de fevereiro e na participação incisiva no Grupo de Trabalho sobre os Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação .
Vale ainda ressaltar que a campanha permanente da Federação para promover a qualidade do jornalismo no país se realiza em diversas outras iniciativas da entidade em todos os momentos de sua história. Esforço que atualmente se materializa na denúncia de abusos aos princípios éticos do jornalismo, na defesa da obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, na participação do processo que promoveu a aprovação de novas diretrizes curriculares para a formação profissional dos jornalistas e na defesa intransigente dos direitos e condições de trabalho dos jornalistas.
Brasília, 28 de abril de 2014.
Diretoria da FENAJ