Jornalistas querem segurança para exercer o direito de trabalhar
Neste mês em que comemoramos o Dia dos Trabalhadores (1º), o Dia Mundial de Liberdade de Imprensa (03) e Dia Mundial das Comunicações (05), infelizmente, ao invés de proclamarmos nossa liberdade de imprensa, temos a atenção voltada para a violência, em todos os níveis, que assola o direito de trabalhar dos jornalistas.
Em pleno século 21, onde as novas tecnologias a cada dia estão mais evoluídas, em alguns setores, está acontecendo uma grande involução, quando se recorrem a cenas de barbárie para cercear um dos pilares da democracia que é a imprensa livre.
De acordo com nota publicada pela Federação Nacional dos Jornalistas neste período de comemorações tão importantes à liberdade de imprensa a FENAJ dirige-se à categoria e à sociedade para sustentar que estas comemorações só têm sentido na perspectiva da defesa da democracia como valor fundamental a nortear as relações sociais e a valorização da vida.
O texto continua ressaltando que o direito da sociedade à informação de qualidade não se concretiza em ambientes estreitados pela influência dos poderes político e econômico sobre a livre circulação de informações, pelo cerceamento à liberdade de expressão, pelo monopólio ou oligopólio das comunicações, ou mesmo pelo assédio judicial que muitas vezes se configura em censura prévia. Tampouco se concretiza num cenário mundial de crescente violência contra os profissionais de comunicação.
Casos de agressões
No Brasil, o crescimento da violência contra profissionais de imprensa atinge níveis alarmantes. Não podemos aceitar conviver coma banalização da vida a partir assassinatos, ameaças e violências contra qualquer pessoa, e as sucessivas violações aos direitos dos jornalistas no exercício de suas funções profissionais.
As agressões a jornalistas vêm ocorrendo mais marcantemente nas coberturas de protestos e manifestações sociais. Desde junho de 2013 foram mais de 100 agressões e uma morte em 2014.
Aqui no Espírito Santo, jornalistas são ameaçados diariamente nas coberturas em locais de riscos e também durante as manifestações que pregam a liberdade. Só no ano passado cinco jornalistas foram agredidos fisicamente pela polícia militar, sendo uma delas agredida e presa pela tropa de choque, porque estava filmando as investidas violentas da PM contra as passeatas.
Mas, os manifestantes, também, esquecem que o tema principal do protesto- a liberdade-, e muitos agridem os profissionais de imprensa, e, ainda por cima, sob alegação de não concordarem com a linha editorial de determinado um veículo de comunicação tentam impedir que um trabalhador exerça sua função profissional e social.
Também denunciamos a falsa liberdade de imprensa traduzida em liberdade das empresas que promoverem práticas antissindicais ( perseguição à dirigentes e censura interna aos jornalistas por motivações econômicas e políticas.
Para finalizar, a nota da FENAJ que é apoiada pela Federação dos Jornalistas da América Latina e do Caribe (FEPALC) e pela FIJ, ainda, defende a urgência de instituição de mecanismos de combate às agressões contra os jornalistas no Brasil, como o Observatório da Violência contra Comunicadores, a aprovação do PL 1078/2011, que prevê a federalização das investigações de crimes contra jornalistas e a assinatura de um Protocolo Nacional de Segurança no qual as empresas de comunicação garantam a seus profissionais condições de segurança nas coberturas de risco.