Assessoria Militar tenta impedir trabalho da imprensa no Palácio Anchieta
Neste dia emblemático para a democracia brasileira, quando a sociedade relembra o Golpe Civil Militar que no dia 01 de abril de 1964 entregou o país a uma ditadura que durante 25 anos patrocinou torturas, desmandos, assassinados de brasileiros e deixou a imprensa do país sob forte censura, a Casa Militar do governo estadual tenta impedir o trabalho dos jornalistas no Palácio Anchieta.
O fato aconteceu na manhã desta terça-feira (01 de abril), na porta do Palácio Anchieta, quando repórteres e cinegrafistas que cobriam a manifestação do Fórum Intersindical do Serviço Público foram barrados na entrada do Palácio no momento em que iriam documentar o encontro entre diretores dos sindicatos de servidores públicos e representantes do governo do Estado.
A justificativa inicial da assessoria da Casa Militar, que recebeu as entidades, foi simplesmente de que o local não comportaria os profissionais. O que não era verdade, pois o salão onde foi realizada a reunião com o chefe da Casa Militar, Cel. José Nivaldo Vieira Campos, é espaçoso e em ocasiões anteriores mais de 30 profissionais de imprensa já cobriram outros eventos. Hoje, esse número não passava de dez.
Para liberar a entrada da imprensa e garantir o trabalho dos jornalistas foi necessária a intermediação do diretor do Sindijornalistas, Douglas Dantas, que assessora o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos).
A partir da intervenção do Sindicato dos Jornalistas, repudiando esta atitude da assessoria militar e defendendo a liberdade de imprensa junto ao chefe da Casa Militar, foi autorizado que os profissionais acompanhassem a reunião sindical.