A nossa dor não sai no jornal
Esse é o cotidiano dos jornalistas no Brasil. Cobrimos todos os maus-tratos sofridos pelos trabalhadores de várias categorias nesta relação infelizmente ainda nefasta entre o capital e trabalho no Brasil.
Mais especificamente aqui no Espírito Santo, essa relação não foge à regra do país. Os jornalistas têm sobrecarga de trabalho, onde repórteres atormentados pelo receio da demissão batem seus cartões de ponto e voltam a escrever até a matéria ser encerrada, recebem salários, na grande maioria, aviltantes, enfrentam desmandos de prepostos etc. Enfim, é uma grande falta de respeito! E o quê fazer? Como posso brigar pela dignidade da minha profissão sem colocar em risco o meu emprego e o dos meus colegas?
Pois é… Essa foi a luta de uma colega editora. Ela foi demitida após descobrir que seu FGTS não estava sendo depositado pela Rede Tribuna, aliás, uma prática recorrente desta empresa, que já foi judicializada pelo Sindijornalistas. Para ter o FGTS depositado, segundo informação passada por telefone e no “balcão” do RH, o funcionário da empresa deve solicitar ao RH e informar a finalidade do recurso. Dessa forma, o pedido será levado à diretoria da empresa para avaliação.
E a demissão veio também após ela descobrir que a substituição que fez a uma colega editora com salário mais alto não seria paga de forma integral, mas sim referente a 50% da diferença salarial, sendo que a substituição foi feita na mesma carga horária e com as mesmas atribuições.
A editora perguntou sobre esses dois pontos ao RH da empresa, foi orientada pelo diretor financeiro a mandar a solicitação por escrito e assim o fez. Por cerca de duas semanas, nenhuma resposta foi dada pelo RH. Até que o editor chefe do jornal a chamou e comunicou que a empresa decidiu por sua demissão, sem justa causa. Na mesma hora, a editora abordou o fato de que a empresa estava demitindo uma profissional pelo simples fato dela requerer um direito legal. A editora nada mais fez do que requerer um direito garantido por Lei.
Denúncias de outras irregularidades também já foram feitas e estão sendo questionadas ao Sindicato patronal, pois A Tribuna integra a entidade e descumpre descaradamente cláusulas assinadas como, por exemplo, escala de trabalho. Já recebemos denúncias de que outras empresas também estão utilizando esta mesma prática e a decisão do Sindicato é a mesma para todas. A BUSCA DA JUSTIÇA!
Para a empresa, a editora estava incomodando ao questionar e exigir o cumprimento da lei trabalhista.