Campanha Salarial: Sindicato protocola pedido de dissídio coletivo
O Sindicato dos Jornalistas protocolou, na última sexta-feira (26/8), um pedido de dissídio coletivo junto à Justiça do Trabalho do Espírito Santo. A decisão foi tomada em razão do impasse nas negociações da Convenção Coletiva de 2016/2017. O dissídio foi aprovado em assembleia da categoria, após três rodadas de negociações sem sucesso com o Sindicato das Empresas de Jornais, Periódicos, Revistas e Similares no Estado do Espírito Santo (Sindijores).
Foram três encontros sem nenhum avanço em relação às cláusulas econômicas. Os empresários insistem na proposta de reajuste zero, e estão irredutíveis em relação a vários itens da convenção, como a unificação do piso salarial no Estado e a concessão de vale-alimentação. Também todas as cláusulas novas apresentadas foram recusadas, repetidas as já existentes na Convenção de 2015/2016 e sendo mantido 1º de maio como data base da categoria.
Em relação ao vale-alimentação, é importante destacar que as maiores empresas do setor no Estado, como Rede Gazeta e Rede Tribuna, não concedem esse benefício aos seus trabalhadores.
Na última mesa de negociação, o patronato manteve a posição de congelamento dos salários e não acenou com nenhuma possibilidade de avançar nas conversas. O impasse levou a categoria a buscar a Justiça do Trabalho. O pedido de dissídio foi protocolado na última sexta-feira, dia 26 de agosto.
“Propor 0% de reajuste salarial é o mesmo que propor a redução do salário real, que perde, cada vez mais, o poder compra”, destaca a coordenadora-geral do Sindijornalistas, Marília Poletti. “Isso é um desrespeito aos trabalhadores, que estão ali no dia a dia fazendo a empresa funcionar. Sem jornalistas não tem informação”, completa.
Negociação – A pauta de negociação, entregue em abril ao sindicato patronal, reivindica, entre outros pontos, reajuste salarial de 9,83%, que é a inflação apurada pelo INPC/IBGE entre 01/05/2015 e 30/04/2016, mais 10% de ganho real. Segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o pleito não cobre a defasagem salarial da categoria acumulada nos últimos anos.
Para o piso salarial unificado no Estado (piso igual para os jornalistas da capital e interior) reajuste da inflação de 9,83% mais 20% de ganho real. Hoje, o valor do piso é diferenciado, inclusive em relação ao tipo de mídia. “Essa diferenciação de piso não tem razão de existir, pois o trabalho é o mesmo e as exigências são as mesmas”, defende a coordenadora-geral do Sindijornalistas.