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Começa Curso de Economia para Jornalistas

Teve início na segunda-feira (26) o Curso de Economia para Jornalistas, promovido pelo Sindicato do Jornalistas Profissionais no Espírito Santo e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No primeiro dia, cerca de 70 pessoas participaram das palestras, cujos temas foram A Globalização dos Direitos de Propriedade Intelectual e suas Implicações para o Brasil” e Indicadores Econômicos. A primeira foi ministrada pelo técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea, André de Mello e Souza. A segunda, pelo técnico de Planejamento e Pesquisa da Assessoria Técnica da Presidência do Ipea, Sandro Sacchet. 

André de Melo deu início ao curso falando sobre o Acordo Relativo aos Aspectos do Direito da Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio, conhecido como TRIPS, que tem como sua grande marca o poder de lobby dos Estados Unidos no que diz respeito à proteção da propriedade intelectual. Segundo o palestrante, o acordo estabelece padrões mínimos de propriedade intelectual aplicados de forma indiscriminada e independente do nível de desenvolvimento dos países e da importância das inovações protegidas. “Dessa forma, fica mais fácil ter o controle da violação da propriedade intelectual. Antes do acordo os Estados Unidos advertiam as nações onde acontecia essa violação. Caso ela permanecesse, havia retaliações. Porém, era muito custoso aplicar as retaliações país por país. Por isso, foi criado esse novo regime na organização mundial da propriedade intelectual”, explica.

De acordo com André, uma das áreas mais impactadas pela adesão do Brasil ao TRIPS foi a saúde, principalmente no que diz respeito aos medicamentos voltados para soropositivos. “Um dos impactos foi o encarecimento dos remédios, principalmente daqueles para pacientes com HIV”, afirma. Para André, a adesão do Brasil ao TRIPS era algo inevitável em virtude da coerção que o país iria sofrer caso não aderisse. Porém, houve precipitação ao mudar  a Lei da Propriedade Industrial, que reconhece a patente dos produtos farmacêuticos. “Por causa disso não podemos mais fazer cópias dos produtos, ao contrário do que acontecia antes da mudança da lei, o que fez com que eles encarecessem”, diz.    

A segunda palestra teve como objetivo apresentar os indicadores que o Ipea está produzindo. Segundo o palestrante Sandro Sacchet, em 2007 o instituto sentiu necessidade de produzir seus próprios dados. Antes o Ipea fazia análise com dados secundários, como os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os indicadores que o Ipea se propôs a fazer está o Sensor Econômico, que tem como objetivo ver quais são as expectativas que o setor produtivo brasileiro tem em relação ao funcionamento da macroeconomia brasileira. “Através do Sensor Econômico busca-se direcionar a política monetária de acordo com as expectativas e evitar sobressaltos na economia”, explica.

Outro indicador produzido pelo Ipea é o índice de qualidade de desenvolvimento, destinado a avaliar a qualidade e sustentabilidade de desenvolvimento para além do crescimento econômico. Há também o Sistema de Indicadores de Percepção Social, que verifica a percepção social a respeito de serviços de políticas públicas. “Nesse caso o que é verificado é a qualidade dos serviços públicos prestados. As análises são feitas por meio de pesquisas de opinião domiciliares”, explica. Por último há o Índice de Expectativa das Famílias, que relaciona a dinâmica e o crescimento econômico ao comportamento e expectativa das famílias. “Dessa forma procuramos analisar a expectativa da família em relação a sua participação na economia. Perguntamos, por exemplo, se elas acham que a situação financeira delas hoje é melhor do que no ano anterior, se acha que vai ser melhor daqui a um ano, entre outras coisas”, diz.

No que diz respeito à utilização de dados para produção de textos jornalísticos, Sandro Sacchet disse que a confiança em relação a pesquisas não muito atuais depende muito do assunto a ser abordado. “Alguns dados são voláteis. Outros são mais estáveis. A taxa de câmbio, por exemplo, é muito volátil, pois hoje é uma e no mês seguinte pode ser outra completamente diferente. O mesmo não acontece com o índice de desigualdade social. O de hoje não se difere muito do de dois anos atrás”, explica.

A repórter da editoria de Economia de A Tribuna, Fernanda Lozer, achou muito importante a iniciativa. “As informações são muito esclarecedoras e ajudam muito na elaboração das reportagens. Muitas vezes nos deparamos com uma carência de dados e, por meio do curso, estamos tendo informações sobre onde arranjá-los”, diz. Segundo a assessora de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos (Sindimetal) Simone Azevedo o curso é uma boa oportunidade de formação para os jornalistas. “Precisamos de informação sobre os mais diversos assuntos. Aqui estamos nos aprofundando num tema que não é muito abordado nas faculdades de jornalismo, mas que é fundamental para o exercício da profissão”, afirma.

Para a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Suzana Tatagiba, o curso conta grande representatividade de profissionais de diversos veículos. “Além de assessores de imprensa compareceram repórteres de vários veículos, como jornal impresso, rádio, TV e internet”, analisa. De acordo com o Assessor Chefe de Comunicação do Ipea, Daniel Castro, o apoio do sindicato e da Fenaj são essenciais para a realização do curso. “Sem a parceria com o sindicato e da Fenaj a gente não conseguiria realizar o curso, que está bem organizado, bem estruturado e com um grande número de participantes, já que houve uma intensa mobilização”, afirma.

O Curso de Economia para Jornalistas prossegue na terça-feira (27) com a palestra Economia: Regulamentação, Inovação, Produção e Infraestrutura, com o técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura Fabiano Mezarde Pompermayer. Também haverá palestra com o técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria Estudos de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais, Cleandro Krause. O tema será Habitação de Interesse Social: política Nacional e Iniciativas Locais.   

Acesse http://cursoipeajornalistas.wordpress.com/  e confira informações atualizadas sobre o Curso.