Contrarreforma trabalhista precariza as relações de trabalho nas assessorias de imprensa
No terceiro painel do 3º Congresso Nacional Extraordinário dos Jornalistas e 21º Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (Enjai) que acontece em Vitória/ES, a advogada trabalhista, Graça Carvalho. Ela e o vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Guto Camargo discutiram com os congressistas a “Precarização das Relações de Trabalho em Assessoria de Imprensa e Fraudes contra o Profissional Jornalista”,
O terceiro painel teve como objetivo apresentar a atual situação de trabalho dos jornalistas brasileiros e o futuro da categoria diante da nova legislação trabalhista. Para os palestrantes, não há duvidas de que a contrarreforma trabalhista vai precarizar ainda mais as relações de trabalho nas assessorias de imprensa.
Graça Carvalho iniciou sua palestra informando que hoje a maioria das reclamações na Justiça do Trabalho se refere às rescisões de contrato e verbas rescisórias como o desconto e ausência de recolhimento da contribuição previdenciária, ausência de depósito do FGTS, empresas que declaram quitação de verbas rescisórias no IR, sem que tenham realizado o pagamento e o caso do empregado que é contratado como Pessoa Jurídica e trabalha como subordinado, mas, quando ocorre a demissão, é tratado como PJ.
Ela ressalta que a contrarreforma, impõe uma serie de barreiras que vão dificultar o acesso à justiça pelo trabalhador como, por exemplo, o pagamento de honorários sucumbenciais, honorários periciais e custas processuais.
Globalização em processo
O jornalista Guto Camargo apresentou dados sobre o cenário da comunicação corporativa no Brasil. Segundo ele, os jornalistas estão perdendo o mercado nas assessorias de imprensa.
Em 2015, a categoria representava 63,1% dos profissionais atuantes nas assessorias corporativas. No ano passado, os jornalistas ocupavam pouco mais que 50% das assessorais. Os espaços estão sendo ocupados por profissionais de relações públicas, publicitários, administradores de empresa, designer, entre outros.
Segundo ele, atualmente, das 10 maiores agencias de comunicação do mundo já atuam no Brasil e a tendência é que estas empresas venham a ocupar cada vez mais espaço.
“Diante deste quadro, o que podemos fazer? Primeiro é fortalecer os estudos das ideias nas faculdades. Estimular a sindicalização das assessorias de imprensa para que eles venham brigar com a gente”, concluiu ele.