Debate sobre democratização da mídia reúne profissionais de Comunicação na Ufes
Postado em 29 nov às 11:39h
A última semana foi de debate sobre a TV Pública e a Democratização da Mídia no ES para jornalistas, profissionais da imprensa, artistas, produtores culturais e estudantes universitários. A discussão, realizada no auditório do Cine Metrópolis, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), na última quinta-feira (21/11), contou com a presença do diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), José Carlos Torves; do diretor da Fundação Perseu Abramo (FPA), Joaquim Soriano; da presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Espírito Santo (Sindijornalistas-ES), Marília Polleti, e da superintendente de Cultura e Comunicação da Ufes, Ruth Reis.
Na oportunidade, o diretor da Fundação Perseu Abramo (FPA), Joaquim Soriano, apresentou a pesquisa “Democratização da Mídia”, realizada pelo Núcleo de Estudos e Opinião Pública da Fundação da FPA, uma pesquisa que a instituição realizou com o objetivo de apurar as atuais percepções da população sobre os veículos de comunicação. Para o diretor, o trabalho foi estruturado com base na Campanha Nacional de Democratização dos Meios de Comunicação, apresentando o que o cidadão pensa da grande mídia.
“Esta é a primeira pesquisa para captar a percepção das pessoas em relação aos veículos midiáticos. A nossa intenção é auxiliar a campanha pela democratização dos meios de comunicação, como por exemplo a ideia de controle de alguns conteúdos, que hoje é vista como forma de censura em alguns casos, mas avaliada como essencial pela opinião pública”, enfatizou o diretor.
Soriano citou, ainda, como exemplo a veiculação de propagandas de bebidas alcoólicas que, segundo dados da pesquisa, devem ter horário específico. Outro ponto destacado pelo pesquisador é que a democratização também leva em conta a apresentação de conteúdos locais, uma vez que hoje há grande concentração de programas e notícias de forma geral geradas nos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo.
Outro palestrante que também deu sua contribuição ao debate foi o diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), José Carlos Torves, que destacou a importância de se criar TVs públicas como forma de democratização do acesso à informação. Torves enfatizou que o debate ficou direcionado principalmente no campo acadêmico devido a ausência da TV Educativa que não participou da discussão.
“O conceito de TV Pública deve ser sempre questionado, uma vez que a maior parte das emissoras de televisão consideradas públicas nunca chegaram a ser, de fato públicas, e atuam quase sempre como assessorias de imprensa para os governos locais. Uma TV pública deve estar a serviço da sociedade e não dos órgãos governamentais”, salientou Torves.
O diretor da Fenaj destacou, ainda, que é fundamental que a sociedade se mobilize para criar uma TV Pública nos modelos hoje existentes em vários países do mundo, como a BBC de Londres. Torves enfatizou que entre os instrumentos existentes nas TVs públicas que garantem a eficiência desta forma de gerenciamento de informações é a existência de um conselho deliberativo e de concursos públicos o que hoje de fato no Espírito Santo ainda não ocorre.
A secretária geral do Sindijornalistas, Marília Poletti, destacou a importância da sociedade discutir o assunto. “A pesquisa mostra que a população está insatisfeita com a comunicação no Brasil, para mudarmos isso, precisamos envolver a sociedade e conscientizá-la da importância da democratização dos meios”
Evento
O evento foi promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Espírito Santo e contou com a colaboração da Fenaj, da Superintendência de Cultura e Comunicação da Ufes, do Cine Metrópolis, da TV Ufes, da Rádio Universitária e do projeto de extensão Observatório da Mídia/Ufes.
Para conhecer a pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo acesse o link
Foto: Portal da Ufes