Demissões e prováveis mudanças de formato em A Gazeta
A categoria dos jornalistas recebeu com reprovação as notícias sobre as demissões ocorridas nos jornais A Gazeta e Notícia Agora. Recentemente, o chefe de diagramação e uma editora perderam seus postos de trabalho, segundo a empresa, por contenção de gastos, já que ambos eram jornalistas experientes e tinham salários mais altos. Além disso, têm circulado informações sobre possíveis mudanças no formato do Jornal A Gazeta, que passaria a ser um tablóide, provavelmente no formato do Le Monde, o que poderia acarretar na extinção do Notícia Agora.
O Sindicato acha um desrespeito a demissão dos jornalistas, que dedicaram anos de trabalho à empresa e, agora, certamente serão substituídos por trabalhadores recém-formados, que irão ganhar um salário muito menor. O sindicato não é contrário à abertura de oportunidades para os jornalistas recém ingressos no mercado, porém, exige que os profissionais mais experientes sejam valorizados. “As redações precisam ter jornalistas com mais tempo de profissão e, também, os recém-formados. Assim, é possível haver o equilíbrio e, consequentemente, a troca de conhecimentos e experiência entre ambos. Isso é importante, inclusive, para garantir a qualidade do jornalismo feito nessas empresas, hoje, infelizmente, é a menor preocupação nos veículos de comunicação, afirma Suzana Tatagiba.
Segundo informações que circulam em meio à categoria, as duas redações (Notícia Agora e A Gazeta) irão se juntar para atuar num único jornal. Porém, o Sindijornalistas está preocupado com a possibilidade de mais demissões em virtude das prováveis mudanças. Até o momento, A Gazeta não se pronunciou sobre o assunto. “A Gazeta simplesmente se recusa a falar sobre isso, nem sequer esclarece seus funcionários sobre as possíveis alterações. O que paira entre os profissionais é o clima de total incerteza em relação às mudanças e ao futuro dentro da empresa”, diz Suzana.
Há tempos que o Sindijornalistas enxerga com desagrado as mudanças ocorridas em A Gazeta e Notícia Agora. A editoria de esportes, por exemplo, conta com os mesmos profissionais em ambos os jornais. “Isso é um problema muito sério, pois, além de um salário único, as duas publicações acabam expondo as mesmas visões sobre o mesmo assunto. Quem perde com isso é o leitor, que não tem a possibilidade de receber uma informação mais aprofundada e, até mesmo, mais crítica”, diz Suzana.
TV Vitória
As demissões não estão acontecendo somente em A Gazeta. A TV Vitória também demitiu dois jornalistas e extinguiu programas que estavam há anos no ar, como o Gourmet Vip e Vivendo e Aprendendo.