Jornalistas agredidos em protesto estudantil
Em frente ao Palácio Anchieta, no dia cinco de abril, um grupo de estudantes protestou contra a precariedade do sistema público de transporte. O movimento fez reivindicações como redução na tarifa e melhoria nos serviços. O Sindijornalistas reconhece que é preciso haver melhoria no transporte público e acredita que uma tarifa pode ser mais justa, já que o atual valor não atende as demandas do trabalhador e não reflete na qualidade do serviço. Contudo, a entidade se posiciona contra as agressões sofridas pelos jornalistas por parte dos manifestantes durante a apuração do protesto.
O argumento utilizado para agredir verbalmente e até fisicamente os profissionais da imprensa , segundo os estudantes, é o fato de que a grande mídia busca criminalizar o movimento por meio de suas coberturas. Entretanto, falta esclarecimento sobre a diferença entre trabalhadores, ou seja, os jornalistas, e a empresa onde atuam. “O jornalista pertence à classe trabalhadora, e, assim como todo trabalhador, está sujeito às normas de sua empresa. Os profissionais da imprensa não têm a autonomia que muitas pessoas acreditam que eles tenham, como grande influência nas escolhas das pautas e na linha editorial do veículo de comunicação”, explica a presidente do Sindijornalistas, Suzana Tatagiba.
O Sindijornalistas tem se preocupado com a questão da segurança dos profissionais que fazem a cobertura dos protestos e teme que isso volte a acontecer. “Ao rotular o movimento, passando uma imagem negativa para a opinião pública, os editores estão sendo irresponsáveis em relação à segurança de profissionais como repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, que vão para a rua fazer as coberturas, enquanto os editores não estão preocupados com o que possa vir a acontecer”, diz o diretor de comunicação do Sindijornalistas, Douglas Dantas.
Caso as agressões continuem, o Sindijornalistas buscará se reunir com as lideranças dos movimentos sociais para esclarecer que os jornalistas são trabalhadores submetidos a uma linha editorial atrelada ao capital.