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Jornalistas capixabas elegem delegados para Congresso Nacional

 No sábado, 24 de junho, o Sindijornalistas realizou o Encontro Estadual dos Jornalistas, no Parque Botânico da Vale, em Jardim Camburi. O encontro contou com a palestra do professor do Departamento de Comunicação Social da Ufes e coordenador do Observatório da Mídia Regional Edgar Rebouças. Ele abordou o tema “Formação Superior para o Exercício do Jornalismo”. Também foram eleitos cinco delegados que irão representar os jornalistas capixabas no 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, que será realizado de 18 a 22 de agosto, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Os delegados eleitos foram: Inês Simon, Sueli de Freitas, Roberto Teixeira, Rodrigo Binotti e Glaucia Regina Loriato. O jornalista Luciano Coelho ficou na suplência. Em sua palestra, Edgar Rebouças falou que a não obrigatoriedade da formação em jornalismo causou um vácuo legal no que diz respeito aos critérios sobre quem pode ou não ser jornalista. De acordo com ele, houve a eliminação da necessidade de formação, mas não foi colocada alternativa para estabelecer quem pode ou não exercer a profissão. “Antes, para ser jornalista era preciso ser brasileiro nato, não ter antecedentes criminais, possuir carteira de trabalho e formação superior em jornalismo. Com a não obrigatoriedade do diploma uma pessoa de 14 anos de idade pode exercer a profissão, já que com essa idade é possível tirar carteira de trabalho”, explica. Segundo Edgar Rebouças, na categoria dos publicitários, por exemplo, também não há obrigatoriedade do diploma, mas para atuar nela é necessário, pelo menos, ter aval do sindicato.

Edgar Rebouças fez um panorama da oferta de cursos de comunicação em todo o país, tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação. De acordo com os dados mostrados pelo professor, existem 623 faculdades de comunicação no Brasil, sendo que 368 oferecem curso de jornalismo. A maioria está localizada na região Sudeste. No que diz respeito à pós-graduação strictu sensu, existem 39 programas em todo o país. A maioria se encontra em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no sul do Brasil. O Espírito Santo é o único Estado da região sudeste que não tem pós-graduação strictu sensu em Comunicação. “A Ufes fez um projeto, mas foi reprovado pela Capes. O projeto é bom, as instalações são satisfatórias, mas não há entre os professores do Departamento de Comunicação uma grande produção científica”, explica Edgar.
 
Para Edgar, os cursos de Jornalismo ainda são muito voltados para rádio, TV e impresso, não se adequando à nova realidade nas formas de se comunicar. Segundo o professor, acontece o mesmo com as empresas. “Não existe uma nova geração de empresas. Mesmo aquelas que utilizam as novas tecnologias, como os jornais online, fazem isso dentro do modelo do jornal impresso. Muda somente o suporte”, analisa Edgar Rebouças, que acredita que, com o advento das novas tecnologias, o jornalismo impresso precisa mudar a abordagem em relação às notícias. “A gente pega alguns jornais e tudo que está ali nós já sabemos, pois foi divulgado no dia anterior pela internet. O jornal impresso precisa ir além, precisa ser mais analítico, se aprofundar mais no tema.”, afirma.
Edgar Rebouças se mostrou contrário à afirmação de que as novas tecnologias possibilitam que qualquer pessoa possa fazer jornalismo. “Se acontece um atropelamento, eu filmo e posto em algum site, não estou fazendo jornalismo. A gente precisa saber distinguir o que é jornalismo e o que não é. Ser jornalista não é somente lançar informação, é oferecer reflexão, profundidade, análise e síntese. Jornalista é aquele que trabalha a informação”, explica.

Depois da palestra de Edgar Rebouças houve a apresentação e aprovação da tese para o 34º Congresso Nacional dos Jornalistas. A eleição da comissão de ética será realizada em uma assembleia a ser agendada pelo sindicato.