RIQUEZA EMPRESARIAL EXPÕE FALSA IMAGEM DO GRUPO JOÃO SANTOS
Nesta semana, o Grupo João Santos, gestor da Rede Tribuna, veio a público comemorar o faturamento de R$ 1 bilhão em 2023 mas se “esqueceu de dizer”, no entanto, que acumula dívidas rescisórias milionárias e históricas com os/as trabalhadores/as.
O grupo dedicou uma página de seu impresso, com chamada na capa, e uma reportagem no on-line nesta quarta-feira (21/1), para informar que “fechou o ano de 2023 com um faturamento de R$ 1 bilhão”. É preciso deixar claro, no entanto, que tal faturamento é acompanhado, de reiteradas práticas de desrespeito e de falta de compromissos com trabalhadores, fatos constantemente denunciados pelo Sindijornalistas/ES.
Demissões arbitrárias e falta de pagamento de verbas rescisórias a que jornalistas têm direito legal, ocorrem há anos por parte de diferentes gestores do jornal A Tribuna-ES. Uma redação que já teve mais de 120 profissionais atuantes, conta atualmente com menos de 50 jornalistas que enfrentam sobrecarrega de trabalho e constantes ameaças de demissão.
A partir de outubro do ano passado foram demitidos cerca de 20 jornalistas, cujas verbas rescisórias foram ilegalmente parceladas. A empresa chegou ao cúmulo de “orientar” os profissionais a procurarem a Justiça do Trabalho para receber seus direitos.
Ações jurídicas do Sindijornalistas/ES- mesmo estando em recuperação judicial, o grupo João Santos continua descumprindo a legislação e fazendo demissões em datas posteriores ao prazo do processo. Junte-se a este fato, a dívida trabalhista com nove profissionais demitidos em 2022 e que ainda não receberam seus direitos, vez que o crédito que lhes é devido está incluído no referido processo de recuperação judicial.
Este processo tem acompanhamento jurídico sistemático do Sindijornalistas/ES que contratou uma consultoria especializada em recuperação judicial e tem oferecido assistência aos atingidos pelo processo. Na última terça, a assessora jurídica do Sindicato, Amabile Biancardi e a advogada especialista em recuperação judicial, Cristina Daher, avaliaram a informação do grupo sobre o faturamento bilionário, com participação do Sindicato e representantes dos jornalistas. Pelos trâmites do processo, segundo as assessorias jurídicas informaram, não há forma legal de pagamento imediato dos créditos devidos aos jornalistas. A advogada Cristina Daher explicou que o faturamento divulgado “por ocasião da assembleia de credores, essa abordagem pode ser feita para viabilizar os pagamentos.”
Considerando-se que o maior credor do grupo João Santos é a União, o Sindijornalistas/ES cobra, mais uma vez, que a justiça brasileira respeite a garantia constitucional da dignidade humana e decida com urgência pelo pagamento devido aos jornalistas!
O Sindijornalistas/ES entende que a Justiça precisa mudar o foco, parar de protelar uma decisão que só favorece o grupo João Santos em detrimento ao direito dos trabalhadores que estão enfrentando graves dificuldades para sanar seus compromissos.
Grupo João Santos é investigado por sonegação fiscal | NE1 | G1 (globo.com)