Sindijornalistas se retira da Comissão Externa de Acompanhamento do Concurso da ALES
Em reunião realizada no dia 24 de agosto, na sede do Sindijornalistas, a diretoria do sindicato decidiu, por unanimidade, retirar a entidade da Comissão Externa de Acompanhamento do Concurso da Assembleia Legislativa, na qual era representada pelo jornalista Antônio Astori.
A retirada do sindicato se deu porque a comissão, criada com o objetivo de construir coletivamente o edital do processo seletivo, não teve espaço para a elaboração conjunta do documento, que já tinha sido feito antes mesmo do início dos trabalhos da comissão. “O edital foi apresentado nas primeiras reuniões da comissão, ou seja, na realidade, fomos convidados somente para validar o edital que já havia sido feito”, explica Antônio Astori.
De acordo com a presidente do Sindijornalistas, Suzana Tatagiba, o sindicato discorda de muitos pontos do edital. Por isso, sugeriu alterações que não foram acatadas. “Um dos pontos de discordância é o fato do documento dizer que para o cargo de analista em Comunicação Social os pré-requisitos são formação em jornalismo, em Comunicação Social, ou áreas congêneres. Entendemos que existem erros. Jornalismo é uma habilitação do curso de Comunicação Social, portanto, se está aberto também para as outras áreas da comunicação e para as congêneres concluímos que pessoas de qualquer graduação podem disputar os cargos que são específicos para o profissional jornalista", diz Suzana Tatagiba.
Segundo Suzana, a não obrigatoriedade do diploma de graduação em jornalismo contradiz o ato 947 da mesa diretora da Assembleia Legislativa, publicado em 14 de abril de 2011, que estabelece denominações complementares e outras especificações dos cargos de provimento efetivo da Casa de Leis. “O ato estabelece que o candidato deve ter curso superior em Comunicação Social, com ênfase em jornalismo, e registro profissional correspondente”, destaca Suzana.
Outra solicitação, reivindicada juntamente com outras categorias que também se sentiram afetadas, foi a disponibilização da bibliografia. Entre as alterações no concurso, divulgadas no dia 24 de agosto pela Assembleia Legislativa, a disponibilização foi feita somente para o cargo de procurador.
Há ainda a questão da falta de definições claras quanto às funções que serão exercidas pelos jornalistas aprovados no concurso. “O edital não específica quais serão as funções a serem ocupadas. Uma TV precisa, por exemplo, de editores, repórteres e pauteiros. Se não há especificação, conclui-se que os jornalistas cumprirão as obrigações pertinentes a todo o processo de produção da notícia, havendo, portanto, acúmulo de função e, consequentemente, queda na qualidade de vida do trabalhador”, explica Suzana.