Em defesa do jornalismo profissional
Fátima Côgo[1]
Os inaceitáveis e recorrentes ataques contra o jornalismo requerem de cada um/a de nós total repúdio e permanente defesa de nossa profissão. Só no ano passado foram 428 ataques, sendo dois assassinatos, conforme apontam dados da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Lamentavelmente, nós, jornalistas, brasileiras e brasileiros, somos parte de tais estatísticas, engrossadas pelo ineditismo esdrúxulo de atos do chefe do Executivo Nacional que, diariamente, tenta desqualificar e descredenciar nossa profissão.
Em 2020, Bolsonaro foi responsável por 142 do total de 152 episódios de descredibilização do trabalho jornalístico. Muitas destas agressões foram contra mulheres jornalistas confirmando-se deste modo, práticas sexistas, machistas e misóginas, por parte do chefe máximo do Executivo do país.
No último mês, a Fenaj discutiu com jornalistas e especialistas formas de denunciar a violência contra a categoria e, em um segundo momento, no mês de novembro, voltará ao assunto. O objetivo é capacitar a categoria para acelerar medidas contra trabalhadores da mídia no exercício profissional.
A defesa permanente do jornalismo é instrumento vital para consolidar os nossos desafiadores caminhos democráticos. Precisamos, cada vez mais, da prática jornalística que não se intimide nem se atemorize diante de ameaças e que seja rigorosa na apuração dos fatos que mediatiza para desconstruir mentiras que tentam desinformar a sociedade o tempo todo.
[1] Jornalista desde 1982 e candidata na chapa Afirmação da Democracia e do Jornalismo Profissional à eleição da diretoria do Sindijornalistas/ES, triênio 21/24.